quarta-feira, 4 de março de 2009

Ameaças aos recifes de coral

Além das temperaturas elevadas, existem outros factores que podem causar o branqueamento ou outros danos nos corais. Algumas dessas ameaças ocorrerem naturalmente, como furacões e predadores, enquanto outras são causadas pelo homem, como a poluição e sobrepesca.
As fortes ondas de tempestades como furacões e ciclones geralmente prejudicam os recifes. As ondas danificam ou enfraquecem com facilidade grandes porções de recifes de coral. Além dessas tempestades, fenómenos climáticos naturais, como o El Nino (alterações significativas de curta duração (12 a 18 meses) na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano), podem afectar negativamente os corais. A temperatura alta, salinidade alterada, quantidade elevada de chuvas e períodos prolongados de clima frio e chuvoso tendem a conter o crescimento do coral.
Os corais, também têm predadores. Caranguejos, vermes marinhos e lesmas aproveitam-se dos pólipos de coral, destruindo a sua estrutura de calcário e impossibilitando a renovação de futuros pólipos. Um dos inimigos dos corais, o peixe-papagaio, é conhecido de muitos mergulhadores, que podem identificá-lo imediatamente pelo ruído de mastigação característico que faz enquanto destrói lentamente o coral.
Entretanto, é possível que o maior inimigo dos corais seja o homem. Os humanos não são apenas os possíveis responsáveis pelo aumento da temperatura das águas, que provoca o branqueamento dos corais, mas também os métodos de pesca que utilizam, a poluição que provocam e até as acções aparentemente não relacionadas, como a desflorestação, prejudicam os corais.
A pesca com dinamite, que destrói o coral deixando-o em pedacinhos, é usada em mais de 40 países


A pesca pode ser problemática por várias razões. A sobrepesca causa impacto nos corais porque retira as principais espécies da cadeia alimentar marinha. Os métodos utilizados para apanhar o peixe também podem ser devastadores. A pesca com cianeto, por exemplo, é usada por mais de 15 países, que despejam cianeto nos recifes para atordoar os peixes e facilitar a sua captura. O cianeto envenena não apenas o peixe, mas também o recife. Alguns pescadores também praticam a pesca com dinamite, que utiliza explosivos para espantar os peixes. As explosões debilitam os corais e causam o branqueamento das colónias próximas. Mais de 40 países permitem esse tipo de pesca.
Além disso, os sedimentos que saem das construções e desflorestações, podem matar os corais obstruindo as suas aberturas ou impedindo o contacto com a luz do sol. Da mesma forma, os poluentes e o esgoto que invadem a água aumentam os nutrientes onde as algas nocivas e outros rivais dos corais se desenvolvem, ( mais rivais significam menos espaço para os corais). As operações de mineração que tiram calcário dos recifes para o uso nas estradas e materiais de construção também são um ponto negativo. Mesmo turistas bem intencionados e mergulhadores podem colocar em risco os recifes levando para casa "lembranças" do mar ou tocando sem querer, com as barbatanas nos frágeis recifes.
Felizmente, estão a surgir muitos grupos que visam salvar os recifes intensificando as pesquisas e os esforços de conservação. Uma quantidade maior de recifes está a ser designada como área de protecção marinha, alguns países estão a reforçar a vigilância da pesca e algumas organizações ambientais estão mesmo a oferecer a opção de "adoptarem" um recife.
Existem várias razões para que os recifes de coral sejam salvos. A sua beleza e a diversidade são apenas duas delas.

11º Simpósio Internacional sobre recifes de corais

Realizou-se no dia 7 de julho de 2008 aquele que foi talvez o evento mais esperado do Ano dos Recifes de Corais: o Simpósio Internacional ( reunião científica) em Fort Lauderdale, EUA. Foram 5 dias de discussão, apresentação de dados, conversas e perspectivas sobre os recifes de todo o mundo. Cerca de 2000 especialistas em acidificação dos oceanos, mudanças climáticas, ecologia, aspectos sócio-ambientais, patologias coralíneas, biodiversidade, pesca, estavam presentes. Para além de representantes da comunidade académica, de ONGs, governos e muitos jornalistas de países-chave na luta pela conservação e/ou envolvidos com questões dos oceanos estiveram também presentes. Nessa semana foi discutido todo o tipo de problemas que se relacionavam com recifes de corais.

terça-feira, 3 de março de 2009

Recifes de corais desaparecem 20 vezes mais rápido do que florestas


A mudança do clima faz com que recifes de coral desapareçam 20 vezes mais rápido do que as florestas tropicais, segundo o presidente da Sociedade Americana de Oceanografia e Limnologia, o português Carlos Duarte.
Os últimos dados obtidos por Duarte mostram que a taxa de perda de recifes está à volta dos 9% por ano. Além disso, entre 2010 e 2020 as massas de corais serão afectadas principalmente pela doença do "embranquecimento", causada pelo aumento de temperatura das águas.
Se a temperatura da água for superior a 29 graus centígrados, os corais sofrem "stress térmico" e expulsam zooxantelas, algas microscópicas que conduzem alimento e contribuem para a coloração dos recifes. Caso não consigam recuperar esses nutrientes, a perda pode levar à morte dos organismos marinhos.

Aquecimento global impede crescimento dos recifes

Nos últimos anos tem-se assistido a um abrandamento no crescimento dos recifes de coral, uma situação que reflecte as piores consequências do aquecimento global e das mudanças na química do mar. Um estudo recente do Instituto Australiano de Ciências explica que, desde 1990, a taxa média de crescimento das mais de 300 colónias do coral Porites, desceu 15%. Os dados agora contabilizados na revista «Science» sugerem que este será o pior nível de crescimento dos últimos 400 anos, algo que será passível de ser justificado pelo aquecimento global. De acordo com os investigadores, a explicação mais aceitável resume-se no facto de a subida da temperatura e acidez na água do mar promoverem um aumento do gás carbónico, impedindo a abundância de minerais necessária ao crescimento do esqueleto calcário dos corais, refere a Globo. Os cientistas mostram-se preocupados com a situação, dado que existe em todo o mundo uma infinidade de seres vivos que depende directamente dos recifes para manter a sua sobrevivência.

Recifes de corais começam a recuperar-se

Alguns cientistas, dizem que certos recifes de corais em várias partes do mundo estão a dar sinais de recuperação, no entanto afirmam que a recuperação é desigual.
Enquanto alguns recifes se regeneram, outros continuam a apresentar alguma degradação.
Os cientistas asseguram-se que os corais enfrentam ameaças locais, causadas directamente pelos seres humanos, e globais, como as mudanças no clima.
Estas informações estão no relatório A situação dos Recifes de Corais no Mundo 2002, publicado pela Rede de Monitoramento de Recifes de Corais.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Tipos de Recifes de corais

Recife "Remendo"- é um tipo de recife isolado, na maior parte das vezes circular e que geralmente está dentro de um lago ou baía.

Recife Barreira - este tipo de recife, está separado de um continente ou de uma ilha por terra profunda dentro de uma lagoa.

Recife Franja - é um tipo de recife que está ligado directamente à terra ou a uma fronteira com um intervalo raso num canal ou numa lagoa.

Recife Avental - o recife avental, é curto, semelhante a um recife franja, mas mais inclinado e que se prolonga para fora e para baixo a partir de um ponto ou península.

Recife Atol - este recife tem uma forma mais ou menos circular ou contínua de um recife barreira, rodeando uma lagoa.

Recife Mesa - este tipo de recife está isolado, aproxima-se do tipo atol mas sem uma lagoa.

Recife Fita - é um recife longo, estreito e pouco ondulado, que geralmente está associado a um atol ou a uma lagoa.